domingo, 21 de dezembro de 2008

Um gênio da lâmpada, urgente !

Preciso mudar minhas paisagens mentais como diz Lama Samten. Mas como fazer isso? Quando ele fala, com aquele jeito tranquilão, parece tão fácil... Tenho andado muito triste. Geralmente esta época do ano me entristece desde que eu era criança e me perguntava: Se Papai Noel existe como ele não dá presentes para todos? E porque Deus não dá comida a todos ?
Sempre senti uma ponta de tristeza e olha que na minha família nunca se comemorou Natal. Agora vem mais um por aí e estou ainda mais triste. Tá difícil mudar de paisagem. O mundo em crise financeira, perspectivas ruins para todos, várias demissões em empresas grandes, colegas sendo mandados embora no meu trabalho, um monte de gente perdendo tudo em enchentes, perdendo até a vida. Meu irmão com depressão, quase a maior parte do tempo dormindo, sedado por tantos remédios, trabalhando sabe lá como. Sendo massacrado no trabalho, sem forças para reagir, “abriu” um quadro depressivo como dizem meus amigos psi. Acaba de perder um colega de trabalho, que desistindo de viver, se deixou levar pela tal deprê e morreu faz duas semanas. É dessa forma que ele vai reagir ?
Cheguei aos 45 kg. Nunca estive tão magra. Sinto-me tão atraente quanto uma tábua de passar roupa. Vou ficar mais velha daqui a menos de um mês e tenho de conseguir vender um apt e comprar outro em seis meses. Me sinto sem forças. Logo eu !
Lá fora, dias cinzentos há meses (ou será que sou eu quem está cinzenta?) chuva quase todo dia.
Por força do trabalho, num projeto de contratação e inclusão de pessoas com deficiência, (sim, este é o termo adequado, nada de “portadores de deficiência”, ou “portadores de necessidades especiais” – todos nós as temos – muito menos “deficientes”) tenho vivido em contato estreito com essa realidade que até então estava a léguas de distância. Pois nas últimas semanas, vivo em congressos, seminários, debates, institutos. Não agüento mais assistir vídeos de amputados, cegos, tetraplégicos, paraplégicos, um desfile de misérias. Quando falo isso com algum colega de trabalho sou olhada como uma herege (o que não é muito novo pra mim). Sim eu ouso dizer que não acho nada legal, nem me inspiro na história de nenhum deles para dar valor à vida. Vejo meus colegas chorando e dizendo: “Que lição de vida!” De hoje em diante não posso reclamar da vida, e saem felizes para tomar um chopp e celebrar o fato de terem saúde.
Mas essa fórmula definitivamente não serve pra mim. Sexta feira fecho a tarde num congresso depois de saber de um jovem que vive na cama, ligado ao mundo por um respirador elétrico e quando falta luz, a mãe, avó e às vezes até vizinhos tem de se revezar para bombear manualmente o ar que ele precisa pra respirar. Pois quem fica sem ar sou eu, enquanto vejo um monte de gente com os olhos cheios de lágrima (eu tbem estava), mas todos diziam: Vou parar de reclamar agora, vou abraçar correndo o meu filho, enfim, todas essas coisas, mas acho que a frase subjacente era: ainda bem que não é comigo. Daí, fico incomodada porque talvez no fundo pense o mesmo e não gosto nada de pensar assim. Enfim, saio pior, muito pior do que entrei e lá se vai meu fim de sexta feira. Nada de cinema, nada de nada.
Não quero fazer nada, não quero falar com ninguém. Parece que onde quer que eu vá, tem uma sombra de tristeza e melancolia andando à minha volta, querendo me abraçar.
Não posso deixar, preciso estar em pé, meu irmão precisa de mim, eu preciso de mim. Xô angustia ! Mas ela não vai.....
Por que as velhas fórmulas nunca funcionam pra mim ? Se hoje encontrasse um gênio da lâmpada faria apenas um pedido: Faça com que as fórmulas funcionem pra mim!!!! Sim, aquelas fórmulas que a maioria usa. E num passe de mágica, neste exato momento não estaria escrevendo nada disso aqui. Estaria enfiada em algum shopping comprando presentes de Natal, Amigo Oculto etc. doida pra chegar em casa, colocar minha calça da GANG e ir ver um show da Banda Kalipso, torcendo pra ganhar o cd da Kelly Key de presente. E principalmente , FELIZ, MUITO FELIZ!
Eu sempre tive um projeto, uma meta, um objetivo. Mesmo que fosse algo simples como ir pra minha casa no fim de semana, fazer uma comida diferente, ir a praia ou algo mais complexo como viajar para algum lugar diferente ou paquerar aquele cara... Essas coisas me deixavam animada.
Por que nada disso funciona hoje? Como se faz para ter uma vida de simples alegrias?
Será um maldito trânsito de Netuno junto com Júpiter na minha casa 10 ?
Espero que seja, porque se for, vai passar do jeito que veio, ou seja, junto com uma nova Revolução Solar, mais precisamente, dia 04 de janeiro de 2009.
Mas até lá tenho que passar pelas festas de fim de ano. E lidar com essa angustia, algo totalmente novo pra mim.

sábado, 13 de dezembro de 2008

Irmão





Quando eu nasci ele tinha 5 anos e meio e lembra de quando eu cheguei da maternidade. Contam que ele ficou feliz e gostou do meu pé ! A partir daí, passou a ser um dos meus cuidadores.

Meu irmão, Marcos.

Cuidar. Essa é sua vocação, até hoje. Cuidava de mim para que a minha mãe pudesse costurar. Parava de brincar com seus carrinhos quando eu chorava no berço e para não ser muito interrompido, inventou um método eficaz, que digamos, me marcou profundamente: Simplesmente descobriu que mergulhando minha chupeta no açúcar, as interrupções eram menos freqüentes e ele podia brincar mais. Solução bastante criativa... tanto que até hoje, sou a formiga da casa!

Meu irmão é uma das pessoas mais criativas que eu conheço e sempre me surpreende com suas tiradas, trocadilhos e percepções inusitadas. Um senso estético apurado, memória perfeita. Consegue contar toda a história da família real, quem casou com quem, quem era filho de quem. Enquanto eu ainda confundo D.Pedro com D.João. Aliás, ele sabe o nome completo de D. Pedro. Sempre morri de inveja desse dom. Conhece todas as bandeiras e capitais dos países. Mas hoje vejo como isso passou despercebido. Como em toda família, cada membro recebe um rótulo, ou mais de um. Meu irmão era o indeciso, o bonzinho, o sem iniciativa. Eu era a estrelinha, inteligente e auto-suficiente. Cresci ouvindo que eu ia ser uma mulher independente, que não ia ser dona de casa e ficar cuidando de filhos, mas que ia ter um emprego bom e meu próprio dinheiro. E me diziam sempre: nunca dependa de ninguém. Nunca ouvi ninguém me dizer que eu era bonita, pelo contrário, eu era a magrela, mas como era inteligente, tava compensado.

Essas coisas deviam ser proibidas, pois funcionam como profecias malditas. É preciso muito cuidado com as coisas que se diz a uma criança.

Hoje tento a todo custo me livrar destes rótulos e provar pra mim mesma que sou mais que isso, que também sou bonita, que posso ser sexy e que sim, preciso de ajuda às vezes. Preciso de colo, de afagos e gostaria de envelhecer ao lado de alguém legal, crescendo e trocando experiências e afetos, numa relação não de dependência, mas de companheirismo. Na escola eu era a menina inteligente, nunca a mais paquerada. Até hoje não sei paquerar. É como se fosse algo que não fizesse parte da minha vida. Até hoje tenho vergonha de admitir que preciso de ajuda, que tenho incertezas e que estou muito longe de ser uma estrelinha. Mas é assim que a minha família me vê até hoje. A inteligente, que tem respostas para tudo. Centrada, equilibrada e auto suficiente.

Puta merda, obedeci direitinho. Logo eu, a desobediente por excelência da família! Caí na cilada e não me dei conta disso, pois sempre fiz questão de ser do contra, sempre rompendo com as expectativas, quando na verdade, estava era justamente caminhando em direção à profecia ...... que falácia! De ovelha negra não tenho nada, fui é bem obediente o tempo todo.

Quanto ao meu irmão, que cuidava de mim, continuou sua trajetória de bonzinho e se transformou num grande cuidador. Religioso, até hoje desde criança sai de casa aos domingos de manhã, para falar com as pessoas sobre a palavra de Deus. E faz isso verdadeiramente por amor, por cuidado às pessoas, pois realmente tem fé e se preocupa. Já foi xingado, já jogaram água, enfim, coisas que as pessoas sem educação preferem fazer, em vez de simplesmente agradecer e admitir que não estão interessadas em ouvir nada. Mas ele continua, pois sabe que as pessoas não se importam muito com os outros.

Quando minha mãe precisava sair conosco, ele é que levava a minha bolsa de bebê. Com certeza brincou bem menos depois que eu nasci. Quando me separei, foi a pessoa que mais me apoiou, sem dizer quase nada. Cuidou de mim e adotou meu cachorro, órfão da separação. Já me emprestou dinheiro, já me ouviu dizer desaforos, já me disse verdades em poucas palavras. Se eu pude sair pelo mundo algumas vezes, é porque sabia que ele estava lá, cuidando dos meus pais, da minha casa, do meu cachorro, das minhas plantas, da minha conta bancária.

De certa forma, a estrelinha brilhou porque tinha um staff, e esse staff era ele.
Lembro de algumas coisas cruéis, ditas na família, que imagino devam reverberar até hoje em sua memória e tenho vergonha disto, pois de certa forma participei.
Coisas do tipo: “Se fosse a Ana, conseguia resolver, mas o Marquinho é mais indeciso” “A Ana é mais esperta, ela consegue” e o meu irmão era o narigudo, era o que tinha o cabelo ruim, era o mais moreninho... pequenas crueldades.

Ninguém destacava a sua doçura, a sua efetiva preocupação com o outro, a sua disponibilidade para o outro, a sua bondade e a sua criatividade.
Eu era a primeira aluna da turma, ele não. Eu passei no vestibular e infelizmente na época, ainda fiz a cabeça dele pra fazer vestibular comigo. Eu passei e ele não. O que ouvimos foi: Ah, claro que a Ana ia passar... E mesmo assim ele vibrou comigo, quieto no seu canto.

Meu irmão seguiu a vida dele, sem grandes expectativas, pois a maioria delas estava voltada para mim. E sem perceber fomos realizando nossas profecias.
Mas um dia, meu irmão passou num concurso público bem concorrido e se tornou funcionário do BANESPA. Feliz por ter conquistado um emprego e um futuro seguro, dedicou-se com afinco ao banco, trabalhou mais de 20 anos sem faltar, mas nunca foi promovido, pois não tinha perfil... Fala três idiomas, que aprendeu quase sozinho, sempre conseguia uma solução criativa para as situações de trabalho, fazia os colegas rirem, pois tem um senso de humor refinado e muito próprio. Mas, não tinha perfil. E continuava cuidando de tudo o que podia.

Após 20 e tantos anos de trabalho, é demitido após o banco ser comprado pelo Santander e ser privatizado. Ao fazer o exame demissional, fica constado que tem LER e DORT em quase todo o corpo e por isso não pode ser demitido. Justamente quando minha mãe tem um diagnóstico de uma doença que viria a ser fatal.
Começa então uma via crucis, entre afastamentos e perícias, sempre humilhantes. O Banco, agora Santander, trata os antigos funcionários do BANESPA com o estigma que os funcionários públicos geralmente carregam: pouco preparados, poucos dispostos a trabalhar... E assim tem sido tratado, com total descaso pelo banco e também pela previdência, pois afastado é sinônimo de "vagabundo".
Após três anos nesse vai e vem, lutando para não perder o emprego, para não perder o plano de saúde que garantiu o tratamento da minha mãe, cuidando dela durante uma doença extremamente dolorosa, após ver seu salário infinitamente reduzido, perder dinheiro com pessoas desonestas, perder a mãe.... Resolveu tomar uma atitude saudável e abriu um quadro de depressão e transtorno do pânico.
Hoje, medicado, precisa de alguém que cuide dele e acho que chegou a minha vez de cuidar um pouco, retribuir um pouco tudo o que ele fez por mim até hoje.
Vê-lo deitado, dopado a maior parte do tempo, cheio de problemas de saúde, me dói muito, acho tudo injusto. Não tive filhos, mas se os tivesse , tomaria muito, mas muito cuidado com os rótulos que sem querer colocamos em cada um deles desde muito pequenos.
Mas tenho certeza que toda a sua bondade vai servir agora para ele mesmo, que é apenas uma pausa e que teve de ser à força, pois do contrário, continuaria obedecendo à profecia, continuaria sendo bonzinho com todos e se ferrando. Agora pelo menos, tem de SE cuidar. E agora a irmãzinha menor vai estar por perto, mais sossegada, com a mochila um pouco aposentada rs rs rs.
Não vejo sua depressão de hoje como uma doença ou como um fracasso, mas como mais uma de suas soluções criativas e confio que ele vai se sair muito bem de tudo isso. Esse é o meu irmão. Também de sangue.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Fim de Semana Psicológico




Três alunas de um curso de formação em Gestalterapia. Duas vezes por ano, encontros existenciais, terapia de grupo durante um fim de semana. Junte duas terapeutas da pesada conduzindo o encontro, mais uma que é a dona da casa e cozinheira das melhores e então ...
Muito choro, muitas risadas, um bando de mulheres em busca de crescimento, numa casa linda em Saquarema. Esse ano acabou. Tivemos o nosso último encontro do ano no fim de semana que passou. Já se foram 4 , faltam mais dois no ano que vem . E depois, saudades ....
Enquanto isso, fotos !! Registros , uma forma de não esquecer, tentativa de marcar o passar do tempo.
E no fim de tudo, na hora de ir embora, um lindo filhotinho de gato, todo molhado, tremendo de frio, resolve aparecer pedindo ajuda ( e comida, aconchego, sobrevivência...)
Não podia ter encontrado casa melhor, gatinho .... Nos vemos ano que vem e você com certeza estará crescido, porque na casa de dona Ângela todo mundo é bem recebido .

domingo, 23 de novembro de 2008

Memórias de uma moça bem comportada



A procura de uma indicação de livro, recebo de um amigo a sugestão:
- Memórias de uma moça bem comportada.
- Não vale, já li!
- Pois leia de novo. É a sua cara... foi a resposta.

Por onde será que ele anda? Depois de casa e separa, muda de casa e muda de novo.... Achei. Empoeirado, tadinho. Dei uma folheada. Não vou reler, mas com ele voltei e avancei um pouco no tempo.

Ganhei este livro e o li aos 18 anos. Trata-se da autobiografia de Simone de Beauvoir que então virou uma de minhas ídolas . Amante dos estudos, da filosofia, da psicologia como eu, com muitas perguntas e muita vontade de viver livremente. Como eu. Como não me identificar com essa mulher? A partir daí, mergulhei aos poucos na onda do existencialismo, mesmo sem ter muita noção disto. Emendei os dois volumes do Segundo Sexo, A Náusea, A Metamorfose, Humano Demasiado Humano, O homem a Procura de Si Mesmo e aos poucos fui percebendo que a responsabilidade que temos com nossas vidas é de fato só nossa. Individualmente nossa. Ser humano é ser só. Ser humano é fazer escolhas e se responsabilizar por elas.

Esse também poderia ser o título da minha biografia. Sim, uma moça bem comportada. Sempre me senti e fui vista como uma pessoa centrada, equilibrada, ponderada, boa filha, boa nora, boa namorada, boa aluna, boa funcionária, boa amiga. Que chatice........ Até hoje, jogo lixo no lixo, respeito filas, dou lugar aos mais velhos, devolvo troco errado, procuro não fazer nenhuma criatura sofrer, pago minhas contas, não roubo no imposto de renda, procuro não encher o saco de ninguém. Não quero levar vantagem em tudo. Sou bem informada, consigo conversar com quase todos os tipos de pessoas, sobre quase todos os tipos de assunto. Não sei como ainda ando pelo mundo em (relativa) liberdade. Talvez porque a inquisição não exista mais. Mas pelo sim, pelo não, tenho muito respeito pelo fogo.

Quanta arrogância e pretensão ..... Em tempos de Mulher Melancia, que valor tem isso tudo? ( Sinto neste momento que uma bad girl ri baixinho dentro de mim, como que pressentindo uma possibilidade de também existir.......)

Esse título bem cabe na minha vida. Eu e Simone (ai, ai intimidade é uma merda...) duas capricornianas, possuidoras de um cérebro e de projetos existenciais que não dependem de homens, embora não os exclua, pelo contrário. Tudo fica mais saboroso com eles! Muita coisa em comum, mas uma grande diferença: Ela encontrou Sarte e eu não. Nessa hora, a Castor leva vantagem. Será? Acho que sim. Ainda acredito que bons encontros são fundamentais. Mesmo após dois casamentos. Um tradicional, outro nem tanto. Ainda procuro algum ser, que esteja em algum lugar entre a total indisponibilidade para o outro, tão característica de hoje em dia e a noção absurda de posse ou dependência do outro, numa objetivação do ser humano que, como psicóloga me pergunto seriamente onde vai dar. É mais fácil ter alguém à disposição, só pra quando tiver vontade.
Não sei se algum dia encontro. Também, quem mandou ler feministas e deprimidos existencialistas ? Devia ter ficado somente no Pequeno Príncipe. Mas, não teria tido alguns momentos preciosos ainda que um pouco confusos, que me mostraram tão de perto o quanto , como diz Caetano, “cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é” . Lembro da primeira vez que li a frase clássica de Sartre: “O inferno são os outros”. A frase ficou reverberando, meses, acho que anos. Aos 18 não fez sentido, mas causou espanto.

Esse foi de fato, um momento. O primeiro. Dúvida.

Muitos anos depois, viajando sozinha pelo mundo como gosto de fazer, estava em Veneza e peguei um daqueles vaporetos para uma outra ilha. De repente, um imenso oceano e eu sozinha mar adentro, mar aberto para todas as possibilidades. Me toquei de que ninguém sabia onde eu estava naquele momento. Só. Me toquei de que se eu morresse, ia demorar até meu povo entender – o que ela estava fazendo lá, se não estava no roteiro ?

Esse foi um segundo momento. Nenhum medo. Delícia, vento no rosto. Liberdade !

E alguns anos mais tarde, novamente viajando sozinha, resolvo conhecer Budapeste. De Viena, pego um “tour grupo” simpático, mas chegando lá, de saco cheio de visitar lojinhas de artesanato , resolvi ir até o mercado municipal, ver as pessoas do lugar, as comidas, os temperos, os cheiros .... me perdi . Literalmente. Quando me dei conta da hora, depois de muito andar em círculos, me vi sozinha, mas desta vez, perdida. Nessa hora, debaixo de uma chuva torrencial, com frio, fome e sem falar nenhuma palavra de húngaro, percebi que a responsabilidade é toda minha, sempre foi e sempre será. Não há liberdade. Show de Truman. Matrix.

Terceiro momento. Medo, espanto, desbunde. Eu “me achando” e não era nada disso? Terceiro sinal. A peça vai começar ou acabou de acabar ? A liberdade que eu sempre prezei , busquei e banquei era só um truque, um cenário? Agora seria à vera?

A frase do Sartre , fez um imediato sentido e esses três momentos de minha vida se somaram e viraram uma grande ficha que caiu ali, naquele exato momento. Senti que estava crescendo. Me senti maior do que nunca havia sido antes. E muito menor do que jamais pudera supor. Foi muito bom. Foi muito ruim.
E não tinha alucinógenos, santo daime, transe ou coisa que o valha (que pena, hoje percebo que talvez fosse bom rsrsrs) Era eu , cara a cara comigo. Quanta dor, quanta delícia.
Escolher e agüentar as conseqüências. Causa e efeito. Não consigo, neste momento, melhor tradução para o que seja viver. Comportadamente ou não, tanto faz o modo. Mas sempre sozinha, por melhor que esteja acompanhada.

Mas minha biografia ainda não está pronta e o final pode ser qualquer um. E o melhor de tudo, sendo uma autobiografia, eu escrevo

Pausa para respirar . Disney na veia já !!!!! Nada que Alice no País das Maravilhas não dê jeito....

sábado, 8 de novembro de 2008

Bons gostos

Algumas coisas na vida deixam um gosto bom ..... a seguir, alguns dos meus mais recentes "bons gostos " ....

Primeiro cafuné

Beijinho no canto da boca

Massagens, colos e chamegos variados

Chocolate meio amargo no escurinho do cinema

Andar a pé, de mãos dadas, sem pressa

Dormir junto ou ficar abraçado sem precisar dizer nada

Dividir um prato infantil do Mama Rosa

DVD no sofá com barulhinho de chuva

Harry Potter revisitado

Muito prazer, Ramones

SMS todos os dias

Incenso do sol

CD da Amy

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Batendo em Retirada





Retiro com Lama Padma Samten

31 de outubro a 02 de novembro
Araras - RJ

Tema
"Conselhos budistas para a vida cotidiana"

"As práticas espirituais só adquirem sentido na vida cotidiana. A relação com nossos pais, esposa, marido, filhos, colegas de trabalho e demais seres em todos os planos de existência, material e sutil, é o verdadeiro termômetro da prática."
Lama Padma Samten

Além de recebermos os ensinamentos do Lama, teremos a oportunidade de praticar em um ambiente de natureza exuberante, entre montanhas e muito verde. Uma oportunidade rara de olharmos além da nossa identidade pessoal, desenraizar nossos automatismos mentais, emocionais e sutis, usufruir da presença da sanga e do Lama e aprofundar nossa experiência pessoal dos ensinamentos budistas.

Data Início: sexta-feira, dia 31 de outubro, às 20:00 horas
Término: domingo, dia 02 de novembro, às 12:00 horas
Local ACM – Araras – Petrópolis
Estrada Bernardo Coutinho, 5.684. Tel: (24) 2225-1164.


domingo, 21 de setembro de 2008

Incômodos urbanos

A ordem é aleatória .....

Nextel em transporte coletivo
( e aquele barulho característico de rádio, sinalizando que alguém vai falar em viva voz e vc, que não tem nada a ver com o assunto, não tem onde se esconder .....)

Celular em mãos mal educadas
( o troço é útil, mas ninguém precisa saber da vida alheia. E os toques então ...... )

Entregadores de papeizinhos nas calçadas
(e quando se posicionam em zigue zague então ......)

Cocô de cachorro na calçada
(quando o dono não tem educação, claro)

Vendedores ociosos (e ávidos)
(na porta da loja onde vc pretendia entrar só pra conhecer )

Telefones de SAC - atendimento
(daqueles que não te permitem falar com nenhum ser humano )

Pessoas com mochilas enormes nas costas
( dentro do metrô )

Pedras portuguesas
( ok podem me atirar algumas, mas por mim , ficavam só no calçadão )

Bicicletas de entrega em alta velocidade nas calçadas
( me ensinaram que calçadas são para pedestres ....)

Taxi com radio evangélica sintonizada
(pedir ou não pedir pra desligar, eis a questão )

Por ora, esses dez ......

domingo, 3 de agosto de 2008

Uma luz para o Tibet



Find more photos like this on Candle4Tibet

As Olimpíadas vão começar . Ontem na tv , uma entrevista com um dos membros do Comitê Olímpico dava sinais de algo parecido com um arrependimento pela escolha da China como sede.
Várias exigências do comitê , aceitas pelo governo chinês, não estão sendo cumpridas. Todas no tocante à liberdade, palavra quase proibida por lá , ou pelo menos usada de forma inadequada, pois não parece existir no dicionário do governo totalitário chinês.

Jornalistas continuam tendo de pedir permissão para trabalhar, a internet continua monitorada . Repórteres, ao pesquisar na internet as palavras : violência , ditadura, opressão , são encaminhados para uma página que lhes "pede" seus dados de profissional .... isso passou na tv!

Uma reporter da tv globo, só pôde filmar a Praça da Paz , após ser obrigada a aceitar a "ajuda "de uma "guia de turismo" acompanhada de oficiais do governo. A mesma reporter , entrevistou um membro do governo que ao ser questionado sobre o assunto, apenas se limitou a responder : " Isso não aconteceu. A China oferece total liberdade de imprensa." A reporter, visivelmente chateada por ter sido chamada de mentirosa , mostrou as imagens , afirmou ter passado pela experiência e a resposta foi a mesma, com as mesmas palavras. Questionado novamente, deu a mesma resposta, sem mudar uma palavra. Decorada.

Essa parece ser a orientação geral : decorar , repetir.... e mentir.

O governo chinês, através de seus representantes, mente abertamente . O povo continua alienado, sendo treinado para esconder a real situaçao do país que ainda abriga trabalho infantil e escravo para "grandes marcas" como a NIKE, que agora, após queda nas vendas mundiais, parece ter descoberto os direitos internacionais de trabalhadores.

A internet, os jornais e a tv são monitorados pelo governo, que continua não admitindo isso , mesmo em face a provas contundentes, mostradas pelo jornalistas do mundo todo.

Quanto ao Tibet, nem vou escrever nada. As pessoas pensam que é "implicância" dos budistas com a China e que essa implicância é somente por causa do Tibet. Mas o que acontece é que , por causa do Tibet, as pessoas acabam descobrindo muitas outras atrocidades do governo chinês e a questao tibetana passa então a ser mais um fato abominável da China, dentre tantos outros.

Que pena. Um país com uma cultura milenar, com uma medicina tradicional e espantosamente atual, a terra do tai-chi, da acunpuntura ( deixar fluir .... ) ser governada por ditadores disfarçados de progressistas e que visam somente dinheiro e posição internacional.

Há um obssessão em superar os EUA e até os jogos olímpicos estão contaminados por esse sentimento. Pais são estimulados a matricular seus filhos em escolas de ginástica ou de outros esportes. Até ai, tudo bem. Mas se a criança se destaca, os pais são "convidados", em troca de condições financeiras que incluem até a permissão de terem mais filhos, a levar e deixar seus filhos em verdadeiros orfanatos, onde crianças de 10 anos, moram em quartos com mais duas ou três da mesma idade. Não brincam, só treinam , numa obssesssão maluca por medalhas. Visitam suas famílias 1 vez por ano. Se falham nas competições, são devolvidas às famílias.

Esse não é o ideal olímpico. Que pena, que péssima escolha !

Mas vamos lá, separar de tudo isso o ideal dos jogos e torcer muito pelos atletas . Que vençam os melhores, que as competições sejam justas, que tenhamos belos espetáculos, como o esporte pode nos proporcionar.

E que o mundo possa conhecer melhor esse regime totalitário e pressionar o governos chinês a entender que para ser grande não precisa ser cruel e que os direitos humanos existem e devem ser respeitados.

E por último, que a ONU saia da retórica e faça alguma coisa concreta, pelo menos pra justificar sua existência !!!!

domingo, 27 de julho de 2008

Feliz Aniversário



Ontem no cemitério, sensação estranha. Tão ao seu lado, tão absolutamente separadas. A placa ficou boa, agora ninguém vai ter dificuldade de encontrar seu túmulo. Mas lê-la, doeu muito. Datas. Nascimento, falecimento. Um nome e uma frase . "Saudades eternas da família". É isso que fica ? Sei que não , mas a pergunta foi inevitável.

O choro ficou preso no peito, de onde nunca saiu totalmente. Saudade de você. Choro agora escrevendo tudo isso e a lembrança do seu túmulo, agora com placa, faz quase estar novamente vivendo todos aqueles últimos momentos. Antes uma cama de hospital. Tubos, fios,dor ..... Agora um túmulo e uma placa.

Hoje seu aniversário. Mais saudades, mais lembranças. E a vida segue do lado de cá, menos completa, menos surpreendente, enquando não faço a menor idéia de como seja do lado de lá.

Não ter mais mãe me deixou menos temerosa e com mais urgência de viver. Anos de vida acabam ao fim de uma última respiração e não se sabe quando vai ser. Morrer é rapido, não importa quanto tempo dure. Deixar pra depois , deixar rolar .... acho que é mais fácil quando se tem mãe. Perdê-la me trouxe um sentido de finitude que nunca havia vivido. Cordão umbilical verdadeiramente cortado. Agora sim, desconectada.
E com menos tempo a perder.

Feliz Aniversário.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Delicadeza


Claro que é montagem, mas não dá pra não pensar em delicadeza ..... e na falta que ela nos faz.

Pequeno Homem Aranha

Ele so tinha 3 anos . Ia fazer 4 . Nao deixaram . Foi enterrado vestido de homem aranha, seu idolo e a festinha de aniversario, pra sempre adiada .
Que pais podem suportar uma dor como essa ? Como dar continuidade a vida sem uma parte significativa dela ?

Pobres de nossos mini super herois .

terça-feira, 10 de junho de 2008

Isso explica muita coisa .....

10 discos mais vendidos no Brasil

O Globo - Segundo Caderno ( 08/06/2008)

1- Música para Louvar ao Senhor -Padre Marcelo Rossi
2- Xou da Xuxa - 1998
3- Leandro e Leonardo
4- Só pra Contrariar
5- Xou da Xuxa - 1989
6- Xegundo Xou da Xuxa - 1987
7- Um Sonhador ( Leandro e Leonardo)
8- Xou da Xuxa - 1986
9 - Mamonas Assassinas
10 - Terra Samba ao Vivo e a Cores

terça-feira, 20 de maio de 2008

Quando quase nada é muito

Quase Nada
Zeca Baleiro
Composição: Zeca Baleiro e Alice Ruiz



De você sei quase nada
Pra onde vai ou porque veio
Nem mesmo sei
Qual é a parte da tua estrada
No meu caminho

Será um atalho
Ou um desvio
Um rio raso
Um passo em falso
Um prato fundo
Pra toda fome
Que há no mundo

Noite alta que revele
Um passeio pela pele
Dia claro madrugada
De nós dois não sei mais nada

De você sei quase nada
Pra onde vai ou porque veio
Nem mesmo sei
Qual é a parte da tua estrada
No meu caminho

Será um atalho
Ou um desvio
Um rio raso
Um passo em falso
Um prato fundo
Pra toda fome
Que há no mundo

Se tudo passa como se explica
O amor que fica nessa parada
Amor que chega sem dar aviso
Não é preciso saber mais nada.....

terça-feira, 25 de março de 2008

Eu não ando só ...só ando em boa compania

Um bom dia pra mim, geralmente começa com uma corrida ou no mínimo uma caminhada. Depois que tomei gosto ......
E como sou uma pessoa muito abençoada, tenho a sorte de morar durante a semana no Flamengo, pertinho do Aterro e no fim de semana, no finzinho da Barra, quase Recreio já na altura da reserva . Então, tenho sempre lindos cenários para correr, andar, pensar na vida...

No caso do Aterro, o cenário é o que mais conta, porque o cheiro .... deixa pra lá ou para o próximo prefeito ou para muitas próximas encarnações de cariocas que finalmente aprenderão que banheiro geralmente é dentro de uma casa ou de um estabelecimento e não a céu aberto.

Geralmente vou correr sozinha, mas muito bem acompanhada pelo meu pequeno MP3 que a cada dia me permite correr ou andar acompanhada de gente boa. Nestes últimos dias ( corro duas ou tres vezes por semana) já corri com Zelia Duncan, Zeca Baleiro e ontem , Everything But The Girl . Mas resolvi tirar os fones e ouvir um pouco do som “de fora” . Aí lembrei de uma coisa que sempre gostei de fazer e há muito não praticava : ir andando e ouvindo as conversas das pessoas ou os pedaços de conversa e ao mesmo tempo ir juntando tudo e vendo (ouvindo) no que dá.
Ficou mais ou menos assim:
“Falei pra ela, vai pra merda ou pra puta que pariu, pode escolher porque tô de bom humor.” “Eu acho que ele não devia ir , mas quem faz ele mudar de ideia” (essas combinaram ) “Na minha vida quem manda sou eu” “agora vou ter de economizar de qualquer jeito” “fica esse médico me dizendo o que eu tenho de fazer” “ How much” “ comigo é mais barato mas não tem fiado” “ainda falta perder peso” “É claro que ele tá enrolando ela” “ Não pagar o IPTU não adianta” “vitamina de abacate, é batata” “muito sem bunda, não gostei não”

Boa essa pra finalizar ..... fiquei olhando pra ver quem era o tal ou a tal desprovida, mas parece que não estava por ali . Com certeza estavam falando mal de alguém pelas costas. Literalmente.

domingo, 3 de fevereiro de 2008

Depende do contexto .....

Em uma experiência feita pelo The Washington Post, Joshua Bell, um dos maiores violinistas da atualidade, tocou anônimo em uma estação de metrô durante horas. Só foi reconhecido por uma pessoa , enquanto as outras corriam apressadas. Entre os apressados, provavelmente incluíam-se vários dos que dias antes, pagaram cerca de U$ 1000 para vê-lo em um concerto .....
Um resumo do vídeo ( cerca de 2 minutos e meio ) :
http://www.youtube.com/watch?v=hnOPu0_YWhw

Brasil Globeza

Carnaval . Milhares de turistas vêm ao Brasil. Em busca de quê? Diversão, como todos os turistas... Mas há os que traduzem diversão por sexo. Turismo sexual . O governo o combate ferrenhamente (?), discute-se com paixão se os cartões postais com bundas brasileiras devem ou não ser vendidos, inúmeras ações são pensadas e realizadas no intuito de desvincular a imagem do Brasil e mais especificamente do Rio de Janeiro, da questão sexual.
Aí vem a maior rede de comunicações do país e veicula em seu canal de TV , a imagem de uma mulher de 21 anos sambando nua .
Me pergunto qual o objetivo disto ? Divulgar o carnaval ? Por que então não colocar uma baiana legítima, das várias lindas alas de baiana que temos? Ou alternar com imagens de pessoas sambando, frevando, dançando nossos ritmos carnavalescos ( sim, carnaval não é só samba ) mas, todas elas vestidas , com as roupas lindas que sabemos possíveis ? Por que tem de ser samba, tem de ser mulher, jovem, mulata e nua? É esse o símbolo de nosso carnaval ? Um país tão plural só tem um símbolo ?
Por que então, não colocar um homem sambando nú ?
Sempre me imagino sendo um homem da Dinamarca ou de algum país nórdico por ex, chegando no Brasil , ligando a TV e vendo uma imagem destas. De repente, sem nenhum preparo. O que eu pensaria ? Eu que na minha terra não vejo isso nem nas bancas de jornais e muitas vezes, nem dentro de casa ?
Ou eu tô muito careta ou sei lá ....
Mas não posso deixar de ter muita pena da pobre criatura que concorreu com mais de cem candidatas para no fim, ser exposta feito um animal exótico e purpurinado "na tela da TV no meio deste povo"
Viva o Hans Donner, o maior incentivador de exploração de mulatas como objetos sexuais do Brasil.
Mas onde foi que ele nasceu mesmo?

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Dia chuvoso + férias = museu!

Aproveitando a velha fórmula, lá fui eu para o Museu da República, que ainda não conhecia. Dei sorte, pois na quarta feira, a entrada é grátis. Economizei R$ 6,00. Havia algumas exposições paralelas, mais o acervo permanente, enfim, muita coisa pra ver além do quarto do Getúlio. Até que não estava cheio, mesmo sendo de graça, mas como acontece sempre que vou a um museu, havia um grupo de pessoas, dessas que vão ao museu para: conversar !
Conversam sim e não satisfeitas, lêem as explicações em voz alta. Eles sempre aparecem quando eu entro em um museu, qualquer um. E sempre ficam perto de mim, não tem jeito! Bodisatvas disfarçados, me ajudando a trabalhar minha impaciência, o pior dos meus piores defeitos.
Esses Bodisatvas do Museu da República, também tiravam fotos. Muitas. De tudo. E de todos. Talvez até de mim. Se bobear, minha cara já deve estar em algum HD ou Pen drive ( Bodisatvas modernos....) por aí. Como deve ser a minha cara rezando o mantra da compaixão e ao mesmo tempo, olhando pertences de Getúlio Vargas?
Bem, a visita não demorou muito, o acervo é bem pequeno . Mas como tenho muita boa vontade com museus, gostei assim mesmo.

Na saída, uma surpresa agradável. Uma funcionária da Funarte, me abordou perguntando se eu conhecia o projeto “Música no Museu”. Me explicou tudo, me deu um folheto com a programação e me convidou a assistir a apresentação que acabara de começar, ali mesmo, no Espaço Museu da República. E assim, fui brindada com 30 minutos de um recital de piano clássico, com um jovem de 18 anos executando peças de Bach. Também de graça !
A programação pode ser vista no site http://www.musicanomuseu.com.br/

E após o recital, um cineminha, pois a chuva continuava. Ali mesmo, no cineclube Espaço Museu, um filme francês começando às 14 horas. Confesso que gosto de filme francês e adoro ir ao cinema durante a semana, de tarde ..... um luxo! E adoro cineclubes! Pequenos, sem trailer..... o filme começa direto..... um charme! Nada de mega salas com stéreo surround e ordas de pipoqueiros ( Bodisatvas também vão ao cinema). Lá fui eu, já fã de carteirinha do tal Espaço Museu .
“Conversas com meu Jardineiro”. Um filme lindo, simples, doce e tocante.
Saí de lá pensando em como eu poderia tranquilamente trocar o Brasil pela França, como poderia ter vivido lá por um tempo. Não falo de Paris, mas de alguma cidadezinha próxima, como algumas que conheci. Um lugar onde se tem frio, calor, primavera ..... onde se bebe chá ( aqui no Rio me olham como se eu fosse um ET cada vez que tomo um chá) , onde se recebe os amigos com um vinho , um pãozinho .... onde se usa boina!
Acho que já fui francesa em alguma outra vida ..... Preciso voltar a estudar francês. Esqueci muito do que sabia e isso é imperdoável. Quem sabe passo uns dias por lá estudando e tomando chá ? Se bem que adquiri o hábito de tomar chá com minha prima na Suiça ....

Obrigada Espaço Museu da República, por tantas reflexões em um só dia, tantas lembranças e emoção. Obrigada Bodisatvas e até o próximo museu.