domingo, 25 de novembro de 2007

Hóspede adoentado

Ele chegou ontem pela manhã. Voltando do supermercado, notei algo se mexendo na grama. Era ele, tentando levantar vôo, mas com a asa machucada, não ia conseguir.Com algum esforço e a ajuda de um vizinho, consegui pegá-lo e o trouxe para casa.Depois de passar uma pomada embaixo da asa machucada e na outra por via das dúvidas, foi alojado numa gaiola improvisada com uma cesta de pregadores de roupa e uma touca de banho. Suficiente para uma boa ventilação e com pouco espaço para movimentação, de modo que a asa ficasse em repouso.Ainda bem que tenho sempre na bolsa semente de girassol .... um potinho com água e voilà, uma mini unidade de terapia intensiva para pássaros feridos, no caso, para o meu hóspede adoentado, batizado de Flip por causa do barulho que fazia tentando voar.Passou a tarde e a noite quieto, definitivamente um pasarinho tímido. Desistiu de voar após algumas tentativas e ficou quieto.Hoje de manhã, um banho de sol na varanda e depois, a transferência para um quarto particular .... o box do banheiro de hóspedes, onde coloquei uma pequena árvore que tenho plantada em um vaso. A idéia era ver se ele já consegui voar um pouco. Ele bem que tentou , mostrando que a asa estava bem melhor.Foi aí que percebi que o vôo era curto e baixo e então cheguei a conclusão de que Flip era um filhote de pombo. Fiquei mais tranquila pois pombos não voam alto , de modo que a questão era só a asa melhorar.Agora no início da noite, fui liberá-lo para a sua vida natural, não sem uma dó no coração .... foi bom ter uma presença viva nessa casa , aquele piado era tão bonitinho ..Procurei deixá-lo em algum matinho longe de carros e de gatos, foi o máximo que consegui fazer por ele. Agora está livre, com a asa melhor mas ainda um pouco desajeitado. Se eu fosse ficar aqui durante a semana, ficava mais um tempo com ele , mas amanhã vou para o Flamengo e só volto daqui a duas semanas ou mais. Já estou com saudades Flip, você foi um bom hóspede. Pena não estar com a minha máquina fotográfica.
Seja feliz , ninguém nasce para viver preso !

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

O silêncio e o tempo de cada um

Algumas pessoas me perguntam se a “muda” aí de baixo, do último post, já passou. Não sei... Tenho gostado de ficar quieta. Mas as coisas estão melhores no trabalho.A pratica de meditar todos os dias me trouxe, entre outras coisas, um apreço pelo silêncio. Se não medito, sinto falta. E ando falando menos também.É o valor do silêncio, das palavras e dos sons que, sem falar, podemos ouvir melhor.Apreciando o silêncio, acabei percebendo que a questão do tempo é muito mais relativa do que eu pensava. Não tinha tempo pra nada. Nem pra meditar. Fiz algumas simplificações na vida e ganhei muito tempo livre. Aí, fui enchendo de coisas e vapt... Acabei com ele!Agora ando cheia de coisas para fazer. Mas acho tempo para o que eu quero e para quem quero. Redescobri que o tempo é diretamente proporcional ao interesse. Quando algo ou alguém nos interessa de fato, achamos tempo, como num passe de mágica.Quando o interesse é mais ou menos ou até nenhum.... Começam as desculpas de sempre: “Ando sem tempo”, “muito trabalho”, “muita correria”, é o “trânsito” ....Poderíamos ser mais originais pelo menos. Melhor resposta para essas coisas: Silêncio. No máximo um "tá legal" . Pra que polemizar ? Deixa pra lá é outra coisa muito atual na minha vida. O que tem valor permanece . Sem esforço.Apreciando o silêncio, organizo o meu dia, acabo achando tempo para o que realmente vale à pena, e geralmente eram justamente essas coisas que ficavam pra depois. Escrever para um amigo, hoje leva menos de 1 minuto. Mas se não há um real interesse, pode levar duas horas.Tenho aprendido com o silêncio e é por isso que não sei se a “muda” acabou de fato, ou se entrou de algum jeito na minha vida pra sempre.